Diário "Sobre os Ombros de Gigantes" #12


A emoção de fazer um disco

Como disse um amigo meu na faculdade um dia desses: é como parir um filho. Produzir um disco, ainda mais em tempos de crise das gravadoras, onde os artistas precisam mais e mais se autoafirmarem, produzir um disco autoral é ainda mais desafiador.

Digo isso porque hoje é o primeiro dia em que levamos a primeira parte das composições pro estúdio, onde os arranjos tomarão forma e serão registrados. Essa primeira parte vocês conhecerão em breve, e quando possível a data do novo single eu aviso.

O trabalho mais pesado, acho que foi o feito até agora. Criar músicas do zero, dar uma emoção, uma identidade característica pra ela. Conseguir se expressar de maneira a ser verdadeiro consigo mesmo, transformar ideias em palavras, melodias, harmonias. Nesse processo precisamos entrar de cabeça, mergulhar na própria alma, pra que o trabalho seja sincero e verdadeiro; pra que não soe óbvio, mas que não seja inacessível; pra que seja simples, mas que não seja clichê; pra que o trabalho reflita o artista, e não o artista reflita o trabalho.

Hoje em dia isso é bastante comum, em tempos de música mercadológica, o artista refletir aquilo que mais vende, que mais está na moda. Acredito (e não estou julgando, cada um faz do jeito que quiser) que a arte está em se colocar naquilo, deixar transparecer ao mundo, o mundo que é cada indivíduo.

E então em um certo momento as músicas saem da sua mão, criam vida, e a partir de então elas simplesmente existem, e não são mais completamente suas, são do mundo.

Estou nessa fase agora: capacitar as criações pra que elas fiquem prontas para irem ao mundo, com aquilo que você tem de melhor.

#concordo com meu amigo: é como parir um filho.