Diário "Sobre os Ombros de Gigantes" #1

Boa tarde!

Hoje começa o "diário" de bordo do meu primeiro disco solo. A palavra "diário" está assim, entre aspas, porque não será necessariamente um diário. Por definição do dicionário:

Significado de Diário

adj.
1. de todos os dias: tomar um banho diário; o jornal diário

subst. m.
1. caderno onde se registam as experiências diárias: manter um diário
2. jornal que se publica todos os dias: o diário da manhã


No entanto, o meu diário é com aspas, porque não serão todos os dias em que postarei alguma coisa. Mas a definição ainda se enquadra porque serão alguns dias em que escreverei sobre o processo de todos os dias.

Fazer um disco é mais que reunir músicas, ensaiar, gravar e acabou. É um processo intenso, em que os compositores de certa forma se expoem para si mesmos, e algumas vezes para o mundo. Falo algumas vezes porque nem sempre uma letra é direta o bastante para que as pessoas entendam o real significado. E nem sempre há um real significado. Mas em todas as vezes, o compositor precisa se despir, precisa se abrir para si mesmo, a ponto de buscar lá no fundo tudo o que lhe pode tocar de verdade e ser digno de virar uma música.

Ao longo dos últimos meses venho escrevendo algumas coisas. Mas só agora nestas últimas semanas, é que as coisas começam a tomar alguma direção. Antes disso era só especulação em torno de um novo som que eu ainda estava buscando. Não que essa busca tenha acabado, porque apenas começou e tudo ainda pode mudar a qualquer momento.

O estúdio está 80% fechado. Faltam ainda alguns detalhes. Por algumas restrições, físicas, financeiras, psíquicas, e outras, decidi fazer o disco ainda com mais calma que o planejado anteriormente. Não tem data pra lançar ainda, nem data pra show, nem data pra nada, e dessa vez é assim que quero que seja, sem pressões. Até o dia da gravação é tempo de mudar qualquer coisa que seja.

O repertório começa agora a tomar alguma forma, parceiros começam a aparecer. A ideia é um disco que traduza a liberdade de cantar solo, com a responsabilidade de que agora, qualquer coisa que não fique boa o bastante, a responsabilidade é só minha. Tem muita gente nova na jogada agora, gente de fora, parceiros compositores, músicos, que as poucos vou postando aqui de acordo com que as coisas vão acontecendo.

Ontem, para organizar todo esse tempo de letras escritas, e melodias adormecidas, fiz uma sessão de leituras e audições de tudo o que tenho criado nesses meses de recesso, e ver tudo o que ainda me serve para o disco. Depois, fui ao Jardim Botânico de Curitiba, naquele pôr-do-sol que só lá pode se ver, e fiz a letra pra primeira música em parceria com um compositor do Rio de Janeiro, que talvez ainda entre neste disco.

Essas épocas de compor, me sinto um pouco deprimido. As letras até que estão ficando mais alegres que as anteriores do tempo da Metaphorica, mas acho que o fato de me despir diante de mim mesmo me deixa neste estado. É um trabalho intenso, cansativo, adorável. Quero um dia poder compreender isso direito.

Enfim, espero que vocês curtam, e acompanhem esse "diário" da produção do "Sobre os Ombros de Gigantes". Em breve mais novidades, divulgarei o nome do produtor, trechos de gravações, fotos, e etc, e claro, vocês podem como sempre contribuir, da forma que se sentirem à vontade, pelos comentários desse blog, ou pelo e-mail dabliujunior@terra.com.br.

Fiquem com o pôr-do-sol do Jardim Botânico, não o mesmo que vi ontem, mas um que coloriu minha tarde um dia desses.