Adão e Eva, uma abordagem econômica da historia.

Um texto super criativo, do meu colega de mestrado Joaquim Pereira. Vida longa aos economistas criativos.
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Joaquim Pereira*

A historia de Adão e Eva é uma famosa passagem da religião judaico-cristã, escrita no livro de Genesis provavelmente por Moises. O resumo da historia pode ser a seguinte: Deus criou o homem e a mulher e estes viviam no paraíso, Deus ordenou que nenhum comesse o fruto da árvore do conhecimento sob o risco de morrer. A serpente de forma astuta ou nem tanto, convenceu Eva e Adão a comer do fruto com a promessa de conhecimento tão grande quanto Deus. No final Adão e Eva não morreram e sim foram expulsos do paraíso, mas perceberam que estavam pelados.

A primeira análise da historia sob a ótica econômica, pode ser feita observando o formato da passagem e como os economistas simplificam os modelos econômicos. Primeiro existe 2 pessoas ( na verdade podemos considerar somente uma pessoa, pois na Bíblia o homem e a mulher são citados como sendo ambos uma só carne), existe um Deus, uma serpente e o paraíso. Os agentes se conhecem e interagem, e somente Deus define e executa as ordens.

A segunda observação é sobre a serpente e sua informação gratuita e privilegiada do fruto, oferecendo à Eva um retorno acima do prometido por Deus ”no dia que dele comerdes(fruto)...sereis como Deus...”. E sob o mais estranho: “Certamente não morrereis”; então nenhum risco, e de graça! Podemos muito bem fazer alusão ao mercado de investimentos, onde surge diversas vezes algum corretor de investimentos dizendo que tem um investimento com retorno acima do paraíso e/ou com alguma informação privilegiada que o resto da criação não possui. O mais claro disso tudo: nada é de graça!!

Enfim, Deus criou o homem e esperava que este agisse de forma racional (racionalidade que muitos economistas adoram contestar) e não trocasse o paraíso por um fruto. O que Deus não esperava era a serpente aproveitando a característica principal do ser humano: o ser maximizador! Aquele que sempre vai querer o melhor, provavelmente se não houvesse nenhuma árvore do conhecimento ainda estaríamos todos lá.


- *Joaquim Pereira é mestrando em Desenvolvimento Econômico pela UFPR.

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